Antonio José Campos Moreira tomou posse como procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro em janeiro deste ano. Desde então, ele tem focado na segurança pública, especialmente na relação entre criptomoedas e atividades criminosas. Em uma recente conversa com o site Conjur, Moreira falou sobre como grupos criminosos estão usando esses ativos digitais para movimentar grandes quantias de dinheiro de maneira ilegal.
Ele informou que as organizações criminosas estão operando em uma escala impressionante, com movimentações que chegaram a bilhões de dólares. A maior parte desses valores, segundo ele, está sendo convertida em criptoativos. A preocupação com essa evolução nos crimes financeiros é real e crescente.
Uma das iniciativas importantes que ele mencionou é uma parceria com o Ministério Público de Santa Catarina. Juntos, eles estão trabalhando com a empresa americana Chainalysis para implementar uma ferramenta que ajuda a rastrear transações em blockchain. O objetivo é usar essa tecnologia para ajudar nas investigações de crimes que envolvem criptomoedas.
Moreira destacou que essa tecnologia será fundamental para enfraquecer o poder financeiro das organizações criminosas. “Hoje, essas facções não são apenas locais, mas também transnacionais, e estão movimentando cifras impressionantes”, afirmou. O procurador está empenhado em melhorar a investigação patrimonial e acredita que essa ferramenta permitirá um rastreamento mais eficiente dos ativos virtuais.
Além disso, ele também se referiu a um acordo estabelecido com a Procuradoria Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália. Esse acordo surge em um contexto preocupante, onde existe a possibilidade de terroristas tentando se infiltrar no Brasil para levantar fundos. “É uma combinação perigosa entre o crime organizado e o terrorismo transnacional”, disse Moreira, ressaltando a seriedade da situação.
Esses esforços mostram a seriedade com que as autoridades estão encarando a relação entre criptomoedas e crimes, buscando não apenas rastrear, mas também diminuir a força econômica dessas organizações perigosas.
